03/11/2023 às 16h42min - Atualizada em 04/11/2023 às 00h00min

Ruínas de forte e gravuras rupestres encontradas após seca do Rio Solimões

O forte fica localizado na tríplice fronteira amazônica entre Brasil, Peru e Colômbia e foi construído pela Coroa Portuguesa

Olhar Digital
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Ruínas antigas foram encontradas recentemente na Amazônia. A descoberta foi anunciada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na última terça (31) e foi possível por conta da estiagem do Rio Solimões, causada pela seca que vem assolando a região amazônica.

Quatro sítios arqueológicos foram localizados em diferentes pontos do estado, sendo três deles desconhecidos.

  • Entre os desconhecidos está o Forte São Francisco Xavier. Localizado na cidade de Tabatinga, no Amazonas; 
  • Ele foi construído em 1766 durante o período colonial, a mando do governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão, Fernão da Costa de Ataíde Teive Souza Coutinho;
  • Sua estrutura era feita de madeiras grossas em um formato de hexágono irregular.

Ruínas encontradas

No local foram encontrados vestígios arqueológicos como louças, material construtivo, vidro e ferro, fazendo com que após visitas realizadas no dia 25 de outubro, o Iphan decidisse por registrar o forte no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA).

Além do forte, as secas na região Amazônica também revelaram outros três sítios arqueológicos, um já conhecido desde 2010, a Ponta das Lajes, em Manaus, e outros dois também inéditos: um na cidade de Anamã, a 160 km da capital amazonense, e outro em Urucará, a 260 km de Manaus, nas margens do rio Uatumã. Entre os achados em Ponta das Lajes estão gravuras rupestres.

Gravuras rupestres encontradas em Ponta das Lajes . (Imagem: Guilherme Silva/Iphan)

Neste momento em que as gravuras rupestres e artefatos cerâmicos afloram por todo o Amazonas, não podemos deixar de reconhecer as oportunidades para pesquisa e valorização da nossa história. Além de registrar e divulgar, planejamos com a equipe e parceiros os próximos passos na preservação e cuidado desse patrimônio histórico e arqueológico.

Beatriz Evanovick, superintender do Iphan no Amazonas, em comunicado

O forte demarcava a fronteira do Brasil

De acordo com o Iphan, a edificação era a última parada de quem viajava para os Andes, principalmente para povoação espanhola de San Pablo de Loreto, a partir do Rio Solimões, demarcado assim o domínio da Coroa Portuguesa na região Amazônica.

O forte comportava nove peças de artilharia, cinco existentes até hoje, distribuídas no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro (RJ) e no Quartel do Comando de Fronteira do Solimões, do Exército Brasileiro.

Apesar disso, ele não possuía uma estrutura preparada para eventuais guerras. Na verdade, registros do Exército indicam que ele era utilizado para inspecionar canoas que passavam por ele. A intenção era impedir o contrabando pelo Rio Solimões.

Leia mais:

Vestigio arqueologico encontrado no Forte São Francisco Xavier (Crédito: Jaime Oliveira/ Iphan)

O forte foi utilizado até 1889, quando foi desocupado. Em 1910 o Exército assumiu o posto na tríplice fronteira e utilizou a edificação durante 22 anos. No entanto, as enchentes e as mudanças de curso do Rio Solimões derrubaram a construção em 1932 e suas ruínas apareceram de novo só agora.

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