01/12/2023 às 19h31min - Atualizada em 01/12/2023 às 19h31min

Sentimentos e emoções à mesa

Lidando com o comer emocional

Amanda Kül

Amanda Kül

Psicóloga clínica - especialista em TCC para quadros depressivos e ansiosos

Que atire a primeira pedra quem uma única vez na vida não tenha passado pelo sufoco de buscar a melhor versão de seu corpo para as festas de fim de ano.

O ano de 2023 está próximo de se encerrar e os preparativos para dezembro estão só começando. Época em que começam as confraternizações da empresa, revelações de amigo secreto, troca de presentes, viagens, festas. Consequentemente, um amplo cardápio de comidas gostosas. Afinal, um momento de comemoração sem petiscos que graça teria não é mesmo?

O problema começa quando surge sentimento de culpa e arrependimento. Nem todos passam por essa situação, mas arrisco dizer que grande parte da população passa por isso.

Nesse momento talvez você esteja se perguntando o que a psicologia tem a ver com isso. Te respondo que tudo. Isso mesmo, tudo a ver!

O processo de autoconhecimento tem relação direta com a imagem que vê frente ao espelho e o peso ao subir na balança. Posso dizer que foco, determinação e motivação também estão diretamente ligados e é aí que eu como psicóloga entro.

Juntamente com uma equipe multidisciplinar é possível comer bem e alcançar seus objetivos estéticos sem afetar de forma negativa. É fundamental manter uma boa hidratação, boa qualidade de sono, exercícios físicos, planejamento e intencionalidade.

Em consulta iremos trabalhar a visão que tem sobre sua história e experiências, ressignificar traumas, romper barreiras, formular estratégias para se manter firme no propósito e meta, comer sem culpa, se permitir ter uma vida mais leve mesmo quando os desafios surgem, compreender de que forma a autossabotagem te bloqueia e impede de chegar aos seus objetivos.

Ao final de algumas sessões você poderá se libertar da preocupação, vergonha, autoacusação, sentimentos de privação, injustiça, medo da fome ou de perder o controle, não ceder às tentações e ter controle sob o comer emocional, se libertar das prisões nas escolhas alimentares e crenças antigas sobre o que pensa e sente em relação a dieta.

A razão para mudar a visão e concepção é para que nos momentos de dificuldade os efeitos colaterais sejam amenizados e você se lembre do que realmente importa, qual o propósito de toda mudança gerada. Seria negligência da minha parte afirmar que os desejos irão desaparecer, porém posso garantir que após as sessões de psicoterapia o seu olhar será mais leve para os deslizes que você acredita ter necessidade de cometer.

No momento em que você restringe por completo sua alimentação, mais cedo ou mais tarde a consequência vem. Normalmente é aí que você chuta o balde ou come rapidamente na tentativa de evitar perceber que está cometendo um erro (como diz uma paciente minha, quando cai na ratoeira) e se isentar da culpa. Afinal, se o cérebro não processou a informação do alimento sendo ingerido, não conta. Correto? Não!

E não vá pensando que cometer um deslize já é suficiente para cometer erros pelo restante do dia ou da semana. Não se sabote dessa forma. Coma devagar, sem pressa, sentado, sem celular ou televisão, sinta prazer em cada porção, saia do piloto automático e compreenda como uma das inúmeras formas de autocuidado. Sairá daquele ciclo de dias bons e ruins em termos alimentares quando aprender a comer de forma consciente no dia a dia.

Ao trabalharmos a assertividade, começará a sentir-se mais firme e confiante. Perceberá que tem o direito de se satisfazer mesmo que seja sinônimo de gerar incômodo e desapontar alguém.

Ter mais tempo e energia para viver a vida, sem vergonha de sua aparência, sem sentimento de culpa, com o emocional equilibrado. Sentir-se esperançoso e otimista em relação ao presente e futuro.

Meu atendimento é voltado na Terapia Cognitivo Comportamental onde tem inúmeros casos de superação e equilíbrio em diversos quadros clínicos como, por exemplo, transtornos alimentares, ansiedade e depressão. Os dois últimos costumam ter grande relação com o ciclo engorda-emagrece.

Episódios ansiosos e/ou depressivos podem levar ao comer emocional, onde você se alimenta mesmo sem fome na tentativa de preencher vazios emocionais. A comida passa a ser fonte imediata de conforto emocional para lidar com sentimento como angústia, vergonha, frustração, estresse. Ou seja, é uma resposta de algum gatilho emocional. O que talvez você não saiba é que o comer emocional tem ligação com emoções positivas também - percebe a ligação da comemoração das festas de fim de ano. Serve também como premiação, conforto.

A razão pela qual existe o prazer no comer emocional é porque os alimentos mais gordurosos ou que contém açúcar, acionam a área da circuitaria cerebral que é encarregada das sensações de prazer o que de imediato cumpre o papel de suprir o espaço na busca pela satisfação ou minimizar o desprazer.

Tenha intencionalidade ao fazer suas próximas escolhas. Não comece o dia sem antes ter em mente quais serão suas próximas refeições. Busque ajuda profissional e conte comigo para chegar aos seus objetivos. Fazer dieta não precisa ser tão doloroso.

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